30 de nov. de 2010

Ó admirável intercâmbio


São Gregório de Nazianzo (nasceu
em 329/330; morreu em 390).

O próprio Filho de Deus, que existe desde toda a eternidade vem em ajuda da criatura feita à sua imagem, e por amor do homem se faz homem. Para purificar aqueles de quem se tornou semelhante, assume tudo o que é humano, exceto o pecado. Foi concebido por uma Virgem, já santificada pelo Espírito Santo no corpo e na alma, para honrar a maternidade e ao mesmo tempo exaltar a excelência da virgindade; e assumindo a humanidade sem deixar de ser Deus, uniu em si mesmo duas realidades contrárias, a saber, a carne e o espírito. Uma delas conferiu a divindade, a outra recebeu-a.

Aquele que enriquece os outros torna-se pobre. Aceita a pobreza de nossa condição humana para que possamos receber os tesouros de sua divindade. Aquele que possui tudo em plenitude, aniquila-se a si mesmo; despoja-se de sua glória por um tempo, para que eu participe de sua plenitude.

O bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas, veio ao encontro da que estava perdida, procurando-a pelos montes e colinas; tendo-a encontrado, tomou-a sobre seus ombros - os mesmos que carregaram  a cruz - reconduzindo-a à vida eterna. Foi necessário que Deus se fizesse homem e morresse, para que tivéssemos vida. Morremos com ele para sermos purificados; ressuscitamos com ele porque com ele morremos. Fomos glorificados com ele, porque com ele ressuscitamos.

-- Dos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo (século IV)

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