4 de abr. de 2011

Explanação Catequética do Credo - a vida de Jesus Cristo

* Artigos II e III: Creio em Jesus Cristo, o único Filho de Deus, nosso Senhor, concebido pelo Poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria


11. Enquanto isso, Herodes, que estava reinando em Jerusalém, temendo pela queda do seu reinado, ao qual era apaixonadamente agarrado, pensou que poderia ser tomado dele por Jesus Cristo recém-nascido, resolveu matá-lo. Mas esta cruel intenção falhou, pois Jesus foi levado embora antes que Herodes agisse. São José avisado em um sonho pelo Anjo, fugiu de Belém para o Egito, levando consigo Jesus Cristo e a sua mãe Virgem Maria; e por lá permaneceram até Herodes morrer de maneira miserável. Tão grande foi a barbaridade que cometeu, que enfureceu-se contra Belém, e matou todas crianças de dois anos e meio ou menos, pensando que Jesus Cristo estivesse incluído em tal massacre. Isto, no entanto, era falso, pois a Sagrada Família estava à salvo; retornaram do exílio no Egito para a cidade de Nazaré quando José foi avisado em sonho por um Anjo.

12. Quando Jesus alcançou a idade de doze anos foi ao templo em Jerusalém, onde estavam os doutores da Lei, e a eles explicou o que as Escrituras, os profetas e patriarcas, falavam a respeito Dele, que previram o Filho de Deus, demonstrando uma sabedoria tão maravilhosa que todos ouvintes ficaram extasiados. Dali, retornaram a Nazaré, onde Jesus permaneceu até Jesus alcançar cerca de trinta anos, quando foi até o Rio Jordão, onde São João Batista estava batizando grande número de pessoas. Lá João batizou ao Filho de Deus nas águas do Jordão. Então Jesus retirou-se para o deserto, onde por quarenta dias e quarenta noites absteve-se de alimento e água. No deserto, o demónio, não sabendo que se tratava-se fo Filho de Deus, tentou fazê-lo cair nos pecados da glutonia, cobiça e vanglória.


Jesus Cristo derrotando Satanás no deserto.

13. Mas, repelindo todas estas tentações, saiu vitorioso sobre o demônio, caminhou em direção a Galiléia, onde convertou multidões, expulsou muitos demônios, ordenando que abandonassem os corpos que haviam invadido, até mesmo os mais obstinados e rebeldes maus espíritos lhe obedeciam instantaneamente. O povo, justamente admirado, enchia-se de admiração,  espalhava sua fama e falava de sua divina doutrina, explicitada em discursos e ensinamentos de infinita sabedoria, visível em obras e milagres que demonstravam seu poder, especialmente as muitas curas de doentes que padeciam de diferentes males.  Muitos foram persuadidos por seus discursos, que eram feitos com tão grande autoridade, e auxiliavam outros a trazer seus doentes para que Jesus, com o toque de suas mãos, as curasse de qualquer problema, e as enviasse para casa saudáveis e cheias de gratidão.

14. Então Jesus chamou doze Apóstolos e setenta e dois discípulos, que O acompanhavam em sua jornada, de cidade em cidade, vila em vila, ensinando os mistérios do Reino de Deus e pregando para as multidões, confirmando a verdade que Ele ensinava através de grandes e inumeráveis milagres. Aos olhos do povo, na presença de seus apóstolos e discípulos, Jesus restaurou a visão aos cegos, fez falar o mudo, ouvir o surdo, caminhar o paralítico. A visão destes milagres diários confirmava seus apóstolos e discípulos mais e mais na fé em Jesus Cristo. Embora fossem pescadores iletrados e homens rudes, pregavam ao povo a divina doutrina de Jesus Cristo, o Filho de Deus, pois Jesus comunicava a eles tão grande poder e sabedoria, que supriam a falta de estudo e ensinamentos humanos. Quando invocavam o Seu Nome, os apóstolos eram capazes de maravilhas, livrando os homens de diferentes doenças, selando, desta maneira, as verdades que anunciavam, provando de maneira abundante para muitas testemunhas através de sinais miraculosos o caráter Divino de seu testemunho.

15. A grande fama de Jesus e seus discípulos espalhou-se pela Judéia, atraiu a atenção dos chefes da nação, homens que consideravam-se muito importantes, especialmente aqueles chamados fariseus, arrogantes desprezadores de qualquer coisa que não fosse de seu grupo, habitualmente zangavam-se se qualquer outro grupo ou seita obtivesse mesmo que uma pequena fama. É fácil imaginar quão grande inveja atingiu estes homens orgulhosos quando souberam de Jesus Cristo, que censurava sua doutrina, era ouvido com aplausos pelo povo e muito estimado pelas multidões, pois parecia ser eminente a queda do posto mais alto posto de reputação e autoridade onde estavam havia muitos anos, e que este novo Mestre tomaria seu lugar comandando um grupo de simples pescadores. Movidos, pela fúria da inveja, os fariseus colocaram em prática um plano baseado em calúnias para afetar a reputação e a vida de Jesus.


-- Explanação Catequética do Credo para os Habitantes das Ilhas Molucas, por São Francisco Xavier (século XVI)


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