2 de ago. de 2011

Santa Margarida de Cortona, a virgindade readquirida pela penitência

Santa Margarida morreu em 22/Fev/1297.
Considerada beata imediatamente, foi
canonizada apenas em 16/Maio/1728 pelo
Papa Bento XIII.
Santa Margaridade Cortona (1247?-1297) envolveu-se com um rico nobre, com quem passou a viver de maneira escandalosa, sem jamais casar-se. Dele teve um filho. Certo dia, encontrou seu amante barbaramente assassinado e entendeu isto como um julgamento de Deus. 

Fugiu do castelo, levando o filho, deixando suas riquezas para trás. Buscou refúgio na casa dos seus pais, que se recusaram a recebê-la. Neste momento foi tentada a viver do seu corpo novamente, mas em oração  foi iluminada a procurar os frades franciscanos de Cortona, que a acolheram. Passou a levar uma vida de penitência, abusando severamente de seu corpo, pois entendia que com ele havia cometido grandes pecados sexuais. Chegou, inclusive, a desfigurar seu rosto, para não ser mais bela e atrair homens. 

Até que um certo dia, após uma confissão geral e receber a comunhão, teve este diálogo com Deus, conforme relatado por ela:
Este crucifixo, esculpido cerca de 1200,
quase em tamanho natural, foi a imagem
de Cristo em frente ao qual Ele lhe falou.

- Qual o teu desejo, pequena?
- Eu não procuro nem desejo nada, apenas Tu, meu Senhor.
- Minha filha, um dia te colocarei entre os serafins, entre as virgens cujos corações se inflamam com o amor de Deus.
- Mas como pode ser isto, Senhor, após eu ter me satisfeito tantas vezes com meus pecados?
- Minha filha, tuas muitas penitências purificaram tua alma de todos efeitos de tais pecados a um ponto tal que tua contrição e sofrimentos te reintegraram a mais pura virgindade. MInha filha, és uma rosa entre as flores. Tu és pura. E pelo amor a castidade, Eu te darei um lugar entre as virgens.
- Ó Senhor, Tu és a vida da minha vida! Tu é um tesouro para mim, sem o qual todas riquezas não passam da mais profunda pobreza. Com alegria, querido Senhor, Eu me ofereço para sofrer qualquer coisa por amor a ti. Tu sabes que não pretendo nem desejo nada além de Ti, que és infinitamente mais doce,  e sem Ti me sentirei como vivendo no Inferno.

Ao final deste diálogo, Santa Margarida respondeu com esta oração:

O meu infinito e soberano doce Senhor! Eis aqui finalmente o dia que o Senhor me prometeu! Neste dia, neste intoxicante momento, ele me deu o doce nome de filha, esta palavra pela qual eu sofri e rezei com todo fervor do meu coração. Meu Senhor assim falou: Minha filha! Meu Jesus assim me chamou: Minha filha!

Após alguns anos de supervisão pelos monges, ela foi aceita na ordem. Quando seu filho já era crescido, dedicou-se a construção de um hospital e institui uma casa da Ordem Terceira das Irmãs Franciscanas, com a missão de auxiliar os pobres de Cortona. Publicamente repreendeu o Bispo de Arezzo pelo seu modo de viver. Ao final de sua vida, preferiu passar a ter uma vida mais isolada, em oração nas ruínas da Igreja de São Basílio. Esta igreja foi reconstruída após sua morte, em sua honra. 


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