9 de mar. de 2013

Quarto Domingo da Quaresma - Ano C

O Filho Pródigo, Rembrandt

O quarto domingo da Quaresma é um tanto único pois é chamado de "Laetare", da alegria, quebrando um pouco o tempo penitencial e já anunciando a Páscoa que se aproxima. As vestes são da cor rosa e flores podem adornar o altar. De acordo com o RICA (Rito para Iniciação de Cristãos Adultos), é o dia indicado para o segundo escrutínio dos batizandos.

A primeira leitura relembra a celebração da primeira Páscoa na Terra Prometida. A intervenção direta de Deus, o maná, já não era necessário, pois o povo havia recebido uma terra que emanava frutos e mel. 

Na segunda leitura, uma carta de São Paulo aos Coríntios, o apóstolo anuncia o Kerygma brevemente: Jesus Cristo trouxe a salvação para os homens, pelo amor que o Pai nutre por cada um de nós, nossos pecados estão perdoados, é possível nos reconcialiarmos com Deus. Esta é a justiça de Deus.

O Evangelho conta a história do Filho Pródigo, a terceira de uma sequência chamada de Parábolas da Misericórdia: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho pródigo. Essencialmente ela nos mostra um Deus que é um Pai amoroso. Inicia com o Filho pedindo a parte dele na herança pois já não acredita no Pai, quer distância da família. Esta é a escolha do filho: o mundo com suas extravagâncias, ganâncias e falsas promessas. Enquanto deixou-se guiar pelo seu orgulho, porque sabia desde sempre que seu pai tinha muitos bens, o jovem persistiu no mundo, não com Deus; experimentou claramente a futilidade da sua vida, tristeza e humilhação, 

Até que deixou seu orgulho quebrar-se, preparou-se para ser humilhado pelo pai e irmão; retornou para seu Deus Pai. Reconheceu-se pecador e orgulhoso e rumou para casa. O pai corre em sua direção, da mesma forma que o pastor busca a ovelha perdida e a mulher procura a moeda perdida. É um Deus vigilante, esperando pelo seu filho, cada um de nós, dia e noite, de maneira perfeita, sem desesperar ou desistir. Este pai não apenas acolhe o jovem, como lhe dá presentes e prepara uma festa. Na parábola temos a figura do pai perfeito, que não diz uma palavra para recriminar seu filho, não sai de sua boca sequer um "eu te avisei", ou algo do tipo. 

Por fim, há o filho mais velho, nem por isso mais sábio ou menos orgulhoso. Manteve-se com o Pai, mas talvez visando a herança que teria. E quando ela está ameaçada porque o pai consome o melhor dela para receber o irmão, reclama. O Pai é obrigado a corrigi-lo, pois ainda não enxergou o seu erro, mas já duvida do seu Pai. 

Deus é um pai amoroso, atento aos filhos, que alimentou o povo no deserto, atendeu suas dificuldades no momento difícil; enviou Cristo para nos trazer a salvação; e aguarda ansioso que a aceitemos. Alegremo-nos!

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