13 de dez. de 2014

A história real de São Nicolau

São Nicolau em sua discussão teológica com Ário, 
É tempo de Natal e Papai Noel está por todos os lados. Ao longo dos séculos, a figura de um bispo do século IV celebrado com devoção pelas Igrejas Católica e Ortodoxa se transformou no moderno Papai Noel da Coca-Cola. Mas quem foi o "real" santo? Antes de mais nada é bom ter claro que não há muitos registros históricos o Bispo de Mira chamado Nicolau e com absoluta certeza, apenas este fato pode ser confirmado: sim, ele foi bispo de Mira. Mas é certo que várias fontes, ainda que tardias, relatam acontecimentos da sua vida de maneira semelhante, o que garante alguma veracidade as histórias.

A mais conhecida é sobre sua generosidade: tendo herdado grande fortuna dos seus pais, Nicolau decidiu dar todos os seus bens aos pobres. Ele salvou três moças, ainda virgens, de serem vendidas como escravas para prostituição atirando sacos de dinheiro pela janela, secretamemte. Que a mão direita não saiba o que a esquerda está fazendo. 

Também era conhecido como um exemplo de justiça. Teria aparecido em sonho ao Imperador Constantino, informando que três jovens haviam sido condenados injustamente; também apareceu ao oficial que comandava a região. Ao perceberem que ambos haviam tido o mesmo sonho, decidiram libertar os rapazes.

Outra história bastante conhecida é sobre sua participação no Concílio de Nicéia em 325 quando, num acesso de raiva, esbofeteou o herético Ário, que questionava a Santíssima Trindade. Esta história é um contraste óbvio com o afável velhinho Papai Noel, mas pode ser encontrada em vários afrescos antiguíssimos, com legendas como "Eu vim para dar presentes às crianças e derrubar heréticos, acontece que já dei todos presentes que tinha!"

Aos santos padres que também participavam do Concílio, o tapa não pareceu um gesto adequado de caridade cristã e não apenas expulsaram Nicolau como mandaram prendê-lo. Mas na mesma noite as cadeias abriram-se e um anjo o guiou de volta ao Concílio. Ou seja, Deus reconhecia que o Santo tinha o coração na Verdade e merecia sua misericórdia. Talvez isto não combine bem com a figura do velhinho gentil, mas mostra que misericórdia não é uma virtude oposta a justiça e que mansidão não deve ser confundida com omissão. 

-- autoria própria

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