9 de jan. de 2018

Perguntas e respostas sobre a Eucaristia


A Sagrada Eucaristia é central na Igreja Católica, que acredita na presença real de Cristo na forma de Corpo e Sangue. Não é um símbolo, não é um alimento para ser compartilhado, é infinitamente muito mais que isso.

Tomando por base perguntas formuladas pelo Padre Robert Barron, resolvi publicar minhas respostas numa sucessão de cinco posts, ao ver tamanha riqueza de ensinamentos. Espero que também vejam o amor de Deus neste sacramento.

Basta clicar no título de cada parte para ler minhas respostas. 

1. Qual o significado da palavra "Eucaristia"?
2. Por quais outros nomes a Eucaristia é também conhecida?
3. O que relembramos na Eucaristia?
4. Por que a Eucaristia é a fonte de toda vida cristã?
5. Quando a Igreja começou a celebrar a Eucaristia?

1. Que graças a Eucaristia confere àqueles que a recebem?
2. O que o Profeta Isaías fala sobre a Celebração da Missa?
3. Como São Mateus foi chamado a ser apóstolo?
4. Como Adão e Eva pecaram contra a Eucaristia?
5. Qual a relação entre a Última Ceia e a Eucaristia?

1. O que é uma aliança no sentido bíblico?
2.  Qual foi a Aliança de Deus com Abraão?
3. Por que sacrifícios do Antigo Testamento foram incompletos?
4. Por que o sacrifício de Cristo é perfeito?
5. Por que o sacrifício de Cristo é definitivo e dispensa todos os outros?
6. Como entender que a Missa é um sacrifício?

1. Como Cristo está presente no mundo e na Igreja?
2.  Como Cristo está presente na Eucaristia?
3. Por que a hóstia e o vinho não são meros sinais? 
4. Como os apóstolos aceitaram esta realidade?
5. Como a Eucaristia beneficia a Igreja?

1. O que é um sacramento?
2. Por que é importante receber os sacramentos?
3. Por que a Eucaristia é o principal sacramento da Igreja?
4. Como Cristo está presente de modo real, em corpo e sangue, na Eucaristia?
5. Como a Eucaristia é um sinal dos tempos futuros?

--autoria própria

Perguntas sobre Eucaristia - Sacramento

A Igreja Católica têm sete sacramentos: Batismo, Crisma, Eucaristia, Penitência, Casamento, Ordem e Unção dos Enfermos, mas a Eucaristia é o principal deles.

1. O que é um sacramento?

Os sacramentos são ações do Espírito Santo que opera no seu corpo que é a Igreja, os sacramentos são "nas obras-primas de Deus", na nova e eterna Aliança. 

Os sacramentos são sinais eficazes da graça de Deus, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis, com os quais são celebrados os sacramentos, significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Eles dão fruto naqueles que os recebem de maneira adequada.

* segundo Catecismo da Igreja Católica (CIC), parágrafos 116 e 1131.

2. Por que é importante receber os sacramentos?

Os sacramentos conferem a graça que prometem e são eficazes, porque neles é o próprio Deus que realiza a promessa. O Pai atende sempre a oração da Igreja, que em cada sacramento, exprime a sua fé no poder do Espírito. Tal como o fogo transforma em si tudo quanto atinge, assim o Espírito Santo transforma em vida divina tudo quanto se submete ao seu poder.

Os sacramentos são necessários para a salvação. A cada sacramento corresponde uma graça específica dada por Cristo e ministrada pelo Espírito Santo que transforma aqueles que O recebem, conformando-os com o Filho de Deus. O fruto da vida sacramental é que o Espírito de adoção  que faz com que os fiéis unam-se vitalmente ao Filho único, o Salvador.

O sacramento não é realizado pela justiça do sacerdote que o dá ou que do fiel que recebe, mas pelo poder de Deus. Desde que um sacramento seja celebrado conforme a intenção da Igreja, o poder de Cristo e do seu Espírito age nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro. 

* CIC 1127-1129

3. Por que a Eucaristia é o principal sacramento da Igreja?

Na Eucaristia está presente, em Corpo e Sangue, o próprio Cristo, Filho de Deus e Supremo Sacerdote da sua Igreja. Os demais seis sacramentos são como estradas que conduzem à Eucaristia. A Eucaristia celebrada ao redor do mundo une toda Igreja à Cristo, garantindo a sua unidade. 

O modo da presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz dela "como que a perfeição da vida espiritual e o fim para que tendem todos os sacramentos" (São Tomás de Aquino, Suma Teológica). No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos, verdadeira, real e substancialmente, o corpo e o sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, Cristo completo (Concílio de Trento). 

* CIC 1324, 1326 e 1374

4. Como Cristo está presente de modo real, em corpo e sangue, na Eucaristia?

São João Crisóstomo declara:
"Não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se tomem corpo e sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia estas palavras, mas a sua eficácia e a graça são de Deus.Isto é o Meu corpo, diz ele. Esta palavra transforma as coisas oferecidas" .
E Santo Ambrósio diz a respeito da mesma conversão:
"Estejamos bem convencidos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção consagrou, e de que a força da bênção ultrapassa a da natureza, porque pela bênção a própria natureza é mudada. A Palavra de Cristo, que pôde fazer do nada o que não existia, não havia de poder mudar coisas existentes no que elas ainda não eram? Porque não é menos dar às coisas a sua natureza original do que mudá-la.

* CIC 1375 

5. Como a Eucaristia é um sinal dos tempos futuros?

Cada vez que se celebra a Eucaristia, realiza-se a obra da nossa redenção e nós "partimos o mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas viver em Jesus Cristo para sempre" (Santo Agostinho). Como esperamos alcançar a redenção da vida eterna, a Eucaristia é um sinal deste futuro que nos aguarda.

Numa antiga oração, a Igreja aclama assim o mistério da Eucaristia: "Ó sagrado banquete, em que se recebe Cristo e se comemora a sua paixão, em que a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da futura glória". Ou seja, na Eucaristia, Cristo nos garante a futura glória.

* CIC 1402-1405

-- autoria própria

7 de jan. de 2018

Perguntas sobre a Eucaristia - Presença Real

Para os orientais, a palavra é a ação. Quando Deus disse: "que se faça o mundo", o mundo foi criado. Vendo a ação de Deus, entendemos que Deus existe. Hoje nós podemos perceber Deus na criação, ao observarmos o mar, as montanhas, os céus, toda natureza, muitos testemunharam Deus vivo em Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado em forma humana. Muitos poderiam pensar que estamos, então, nunca espécie de desvantagem, por não termos o mesmo privilégio dos apóstolos, Maria e outros daquela época. Isto é pensar pouco de Deus, pois na Eucaristia manifesta-se a presença real de Cristo, que é presente em Corpo e Sangue. Como acreditamos nisto? Por que Cristo mesmo disse: 

"Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? 

Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. 5Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim." (Jo 6, 49-57)

1. Como Cristo está presente no mundo e na Igreja?

Jesus Cristo está presente na sua Igreja de múltiplos modos: na sua Palavra, na oração da sua Igreja, "onde dois ou três estão reunidos em Meu nome" (Mt 18, 20), nos pobres, nos doentes, nos prisioneiros, nos seus sacramentos, dos quais é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas está presente sobretudo sob as espécies eucarísticas.

* segundo Catecismo da Igreja Católica (CIC), parágrafo 1373.

2.  Como Cristo está presente na Eucaristia?

O modo da presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz dela como que a perfeição da vida espiritual e o fim para que tendem todos os sacramentos (São Tomás de Aquino, Suma Teológica). No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos, verdadeira, real e substancialmente, o corpo e o sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, Cristo completo. "Esta presença chama-se "real", não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem "reais", mas por excelência, porque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem"(Papa Paulo VI, Misterium Fides).

*CIC 1374

3. Por que a hóstia e o vinho não são meros sinais? 

Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação.

Que era capaz de realizar milagres, Cristo deu provas ainda vida na multiplicação dos pães e transformar a água em vinho nas bodas de Canaã. Se a pessoa aceitar estes milagres, torna-se menos difícil aceitar que Deus é capaz de transformar hóstia e vinho em Corpo e Sangue cada vez que uma Missa é celebrada.

*CIC 1376, 1335

4. Como os apóstolos aceitaram esta realidade?

O primeiro anúncio da Eucaristia dividiu os discípulos, tal como o anúncio da paixão os escandalizou: "Estas palavras são insuportáveis! Quem as pode escutar?" (Jo 6, 60). A Eucaristia e a cruz causam dúvidas até hoje. Tendo amado os seus, o Senhor amou-os até ao fim. Sabendo que era chegada a hora de partir deste mundo para regressar ao Pai, lhes deixou uma garantia deste amor, e para jamais se afastar dos seus e para os tornar participantes da sua Páscoa, instituiu a Eucaristia como memorial da sua morte e da sua ressurreição, e ordenou aos seus Apóstolos que a celebrassem até ao seu regresso.

*CIC 1336-1337

5. Como a Eucaristia beneficia a Igreja?

Os que recebem a Eucaristia ficam mais estreitamente unidos a Cristo. Por isso mesmo, Cristo une todos os fiéis num só corpo: a Igreja. A Comunhão renova, fortalece e aprofunda esta incorporação na Igreja já realizada pelo Batismo.  A Eucaristia realiza esta vocação: "O cálice da bênção que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque participamos desse único pão" (1 Cor 10, 16-17). 

Quando ouvimos esta palavra: "O corpo de Cristo"; e respondemoss: "Ámen", então, confirmamos nosso Batismo, confirmamos sermos membros do Corpo de Cristo que é a Igreja. Sem a Sagrada Eucaristia, não haveria Igreja.

* CIC 1396.



6 de jan. de 2018

Perguntas sobre Eucaristia - Aliança e Sacrifício de Cristo

A origem da palavra "sacrifício" é literalmente "fazer algo santo", isto é, retornar para Deus algo que ele criou. Quase todas as religiões tem este conceito, como o sacrifício de animais para agradar a Deus, ou os melhores frutos da colheita, bens preciosos, etc... Mas, na Igreja Católica há este conceito único de que o sacrifício é feito por Deus, para Deus, em Cristo, na Eucaristia. E esta á uma aliança que Deus fez conosco, válida para toda eternidade.

1. O que é uma aliança no sentido bíblico?

 De todas as criaturas visíveis, só o homem é capaz de conhecer e amar o seu Criador; só ele é chamado a partilhar, pelo conhecimento e pelo amor, a vida de Deus. 

Porque é imagem de Deus, o indivíduo humano possui a dignidade de pessoa: ele não é somente alguma coisa, mas alguém. É capaz de se conhecer, de se possuir e de livremente se dar e entrar em comunhão com outras pessoas. 

A Aliança Bíblica é uma espécie de acordo com Deus, onde Deus cria o homem, lhe dá os recursos necessários para preservar a vida, por que Lhe ama como um pai ama seu filho e, em troca, o homem de decide amá-lo como uma resposta ao amor de Deus. A Aliança Bíblica começa com uma ação de Deus a qual o homem responde por livre vontade.

Na Bíblia, a primeira Aliança foi com Adão e Eva, que poderiam ter permanecido no Paraíso, mas duvidaram do amor de Deus quando aceitaram as mentiras do Demônio e terminaram se afastando da presença de Deus. 

* segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC) parágrafos 356-358.

2.  Qual foi a Aliança de Deus com Abraão?

Abraão e Sara eram velhos e não tinham filhos, não tinham para quem deixar sua herança, a família terminaria ali com os dois velhos morrendo. Deus promete a Abraão filhos, aumentar sua herança, manter seu nome na terra por mil gerações, exatamente o que Abraão temia que não seria mais possível. Em troca Deus pediu que confiassem nele, abandonassem o que haviam construído onde moravam, pois Deus lhe daria uma terra maravilhosa, cheia de frutos e mel. 

Esta é a Aliança de Deus com Abraão: Deus dá tudo, filhos, saúde, bens materiais; Abraão teria que confiar em Deus, sair da Babilônia onde morava e seguir às orientações de Deus até chegar à Terra Prometida. 

3. Por que sacrifícios do Antigo Testamento foram incompletos? 

Os Judeus, segundo a sua própria confissão, não puderam nunca cumprir integralmente a Lei sem violação do mínimo preceito (Jo 7, 19; At 13, 38-41; 15, 10), pois são humanos. Por isso é que, em cada festa anual da Expiação, pedem a Deus perdão pelas suas transgressões da Lei. Com efeito, a Lei constitui um todo e, como lembra São Tiago, "quem observa toda a Lei, mas falta num só mandamento, torna-se réu de todos os outros" (Tg 2, 10).

Este princípio da integralidade da observância da Lei, não só na letra mas também no espírito, era caro aos fariseus. Tomando-o extensivo a Israel, conduziram muitos judeus do tempo de Jesus a um zelo religioso extremo (Rm 10, 2). 

O cumprimento perfeito da Lei só podia ser obra de quem escreveu a Lei, Deus mesmo, nascido sujeito à Lei na pessoa do Filho (Gl 4, 4). Em Jesus, a Lei já não aparece gravada em tábuas de pedra, mas "no íntimo do coração" (Jr 31, 33), o qual, proclamando "fielmente o direito" (Is 42, 3), se tornou "a aliança do povo" (Is 42, 6). 

* CIC 578-580

4. Por que o sacrifício de Cristo é perfeito?

A morte de Cristo é, ao mesmo tempo, o sacrifício pascal que realiza a redenção definitiva dos homens (1 Cor 5, 7; Jo 8, 34-36), restabelecendo a comunhão entre o homem e Deus (Ex 24, 8), reconciliando-o com Ele pelo "sangue derramado pela multidão, para a remissão dos pecados" (Mt 26, 28; Lv 16, 15-16). 

Este sacrifício de Cristo é único, leva à perfeição e ultrapassa todos os sacrifícios (Heb 10, 10). Antes de mais, é um dom do próprio Deus Pai: é o Pai que entrega o seu Filho para nos reconciliar consigo (1 Jo 4, 10). Ao mesmo tempo, é um sacrifício do Filho de Deus, que livremente e por amor (Jo 15, 13) oferece a sua vida (Jo 10, 17-18) ao Pai pelo Espírito Santo (Heb 9, 14) para reparar a nossa desobediência.

* CIC 613, 614

5. Por que o sacrifício de Cristo é definitivo e dispensa todos os outros? 

Nenhum homem, ainda que fosse o mais santo, estava em condições de tornar sobre si os pecados de todos os homens e de se oferecer em sacrifício por todos. A existência, em Cristo, da pessoa divina do Filho, que ultrapassa e ao mesmo tempo abrange todas as pessoas humanas e O constitui cabeça de toda a humanidade, é que torna possível o seu sacrifício redentor por todos.

A morte redentora de Jesus deu cumprimento sobretudo à profecia do Servo sofredor (Is 53. 7-8; At 8, 32-35). O próprio Jesus apresentou o sentido da sua vida e da sua morte à luz do Servo sofredor (Mt 20, 28). Após a sua ressurreição, deu esta interpretação das Escrituras aos discípulos de Emaús (450) e depois aos próprios Apóstolos (Lc 24, 25-27).

Consequentemente, Pedro pôde formular assim a fé apostólica no plano divino da salvação: fostes resgatados da vã maneira de viver herdada dos vossos pais, pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeito nem mancha, predestinado antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por nossa causa (1 Pe 1, 18-20). 

É o "amor até ao fim" (Jo 13, 1) de Deus por todos seus filhos que confere ao sacrifício de Cristo o valor de redenção e reparação, de expiação e satisfação. "O amor de Cristo nos pressiona, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram" (2 Cor 5, 14). 

* CIC 601, 602, 616

6. Como entender que a Missa é um sacrifício?

 Porque é o memorial da Páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O carácter sacrificial da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição: "Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós" e "este cálice é a Nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós" (Lc 22, 19-20). Na Eucaristia, Cristo dá aquele mesmo corpo que entregou por nós na cruz, aquele mesmo sangue que "derramou por muitos em remissão dos pecados" (Mt 26, 28).

A Eucaristia é, pois, um sacrifício, porque torna presente o sacrifício da cruz, porque é dele memorial: porque após a morte de Cristo não se devia extinguir o seu sacerdócio (Heb 724-27), na última ceia, "na noite em que foi entregue" (1 Cor 11, 13), Ele quis deixar à Igreja um sacrifício visível, em que fosse representado o sacrifício cruento que ia realizar uma vez por todas na cruz, perpetuando a sua memória até ao fim dos séculos e aplicando a sua eficácia salvífica à remissão dos pecados que nós cometemos cada dia. (Concílio de Trento, Doutrina da Santa Missa)

O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: é uma só e mesma vítima e Aquele que agora Se oferece pela ação dos sacerdotes é o mesmo que outrora Cristo ofereceu a Si mesmo na cruz; só a maneira de oferecer é que é diferente. E porque neste divino sacrifício, que se realiza na missa, aquele mesmo Cristo, que a Si mesmo Se ofereceu outrora de modo cruento sobre o altar da cruz, agora está contido e é imolado de modo incruento, este sacrifício é verdadeiramente salvador (Santo Inácio de Antioquia).

* CIC 1365-1367
-- autoria própria






1 de jan. de 2018

São Basílio Magno

Basílio nasceu em Cesaréia da Turquia, antiga Capadócia, no ano 329. Pertencia a uma família de santos. Seu avô morreu mártir na perseguição romana. Sua avó era Santa Macrina e sua mãe, Santa Amélia. A irmã, cujo nome homenageia a avó, era religiosa e se tornou santa. Também, seus irmãos: São Pedro, bispo de Sebaste e São Gregório de Nissa, e seu melhor amigo São Gregório Nazianzeno, são honrados pela Igreja.

Basílio estudou em Atenas e Constantinopla. Mas, foi sua irmã Macrina que o levou para a vida religiosa. Ela havia fundado um mosteiro onde as religiosas progrediam muito em santidade. Basílio decidiu ir para o Egito aprender com os monges do deserto este modo de viver em solidão. Voltou, se consagrou monge e escreveu suas famosas "Constituições", a primeira Regra de vida espiritual destinada aos religiosos. 

Por sua oratória maravilhosa, seus admiráveis escritos e suas inúmeras obras de assistência, que fez em favor do povo, foi chamado "Basílio Magno". Era amado por cristãos, judeus e pagãos. Além de sua arrebatadora eloqüência, Basílio mantinha uma intensa atividade em favor dos pobres. Doava tudo o que ganhava à eles. Foi o primeiro bispo a fundar um hospital para aos carentes e depois criou asilos e orfanatos.

Seu pensamento era: depois do amor à Deus, ajudar, e fazer os outros ajudarem, os pobres e marginalizados. Trabalhava e escrevia sem cessar, apesar da saúde débil. Sofrendo de hepatite, quase não podia se alimentar, a ponto de sua pele tocar os ossos. Morreu em 1o. de janeiro de 379, com apenas quarenta e nove anos e foi sepultado no dia seguinte, seguido por uma multidão como nunca acontecera naquela região.

Sobre São Basílio, o Santo Papa João Paulo II escreveu a Carta Apostólica Pater Ecclesiae.

-- resumo baseado em Santos do Dia da Igreja Católica. 

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